terça-feira, 22 de maio de 2012
XXV - Flor de Lótus
Assim que pisei na varandinha, a porta se escancarou revelando a figura risonha de Ricardo, que veio diretamente em minha direção e me beijou; Eu quase o empurrei, pois temi que Persy estivesse na sala observando tudo, mas... se fossemos prosseguir com o nosso plano, ele teria que aguentar muito mais do que um simples beijo, ainda que eu estivesse disposta a manter o máximo de discrição, ou evitar ao máximo momentos íntimos em sua frente, bom... uma hora ou outra eu não teria como escapar.
E quando Rick me conduziu porta a dentro, perguntei com falsa casualidade:
- E o Persy?
- O Lars foi até o centro, ver se já tinha alguma novidade em relação ao seu projeto, e depois me parece que ele iria até à Esplanada das borboletas pegar um material que encomendou, ele deu muito trabalho, Jussy?
- Não, nenhum.
- Se bem que nem ter porque ele te dar trabalho, não é? Um cara como ele que rodou o mundo todo, sozinho sabe se virar em qualquer lugar.
Não concordava, Persy era muito frágil para se virar assim sozinho... era muito difícil imaginar como ele fazia para sobreviver, e morria de medo só de pensar o que poderia existir de perigoso dentro das tumbas do deserto.
- Não acho, Bridgeport é muito grande, e ele está acostumado com sossego, imagino.
- Ah, fala sério! Olha o tamanho do cara, aquela força toda, ele é mestre em artes marciais, você sabia? Dorme em lugares que eu não dormiria porque morreria de medo, faz coisas que... você nem faz idéia!
Imagina! Que tipo de drogas serviram no avião para que o Rick tivesse tal idéia sobre o Persy?
Docinhos de flor de lótus?
Que ele dormia em tumbas, isso eu sabia... mas daí “coisas que eu não faço idéia”, “mestre em artes marciais” e “lugares que o Rick temia”... ah, balela!
Certamente se eu desse uma chave de braço no Persy ele quebraria ao meio, não que ele fosse magro, não... pela visão do seu abdômen era claro que ele malhava, não compulsivamente, mas... deveria levantar o mesmo tanto de peso que eu, ou seja... dez quilos com os braços e cento e vinte no máximo com as pernas, nada mais que isso.
- Você é fã dele mesmo não é, Rick?
- Qualquer pessoa que o conheça é, ele é um cara fantástico, sabe? Se você o conhecesse a fundo, saberia... e também seria fã. – Bom, nem vou comentar isso. – Justine, você conseguiu perder recentemente algum tempo da sua vida assistindo os canais de tevê que recomendei?
- Claro que sim! – Menti.
- Assistiu os documentários do Lars?
- É claro que... não! - E nem tive tempo!
- Foi o que eu imaginei, você ainda não sabe quem ele é, aliás, você não faz idéia de quem seja Lars Persy Inglesson.
- Mas tudo bem, você não precisa se preocupar com muita coisa que não seja misturar vodca e suco de abacaxi, e para isso, você não precisa mesmo assistir a documentários feitos pelo Lars, acho até que dificilmente você entenderia algo.
segunda-feira, 14 de maio de 2012
XXIV - Surpresa!!!
Então chegamos a difícil conclusão de que deveríamos esperar que Rick voltasse, para que déssemos (Ou não) continuidade ao nosso plano sacaninha. Iríamos suportar a densa nuvem de tensão sexual a nossa volta, e estávamos dispostos a tomar muitas duchas frias para acalmar os ânimos quando os hormônios estivessem saltando como pipoca dos nossos poros.
Estávamos cientes de que seria árduo o caminho que tínhamos escolhido, mas ao menos teríamos a figura um do outro.
Vocês devem agora estar se perguntando, e Lola, a quantas estará?
Bom, estive evitando Lola, de verdade.
Eu gosto muito da amizade dela, mas enquanto o Persy estiver por perto eu não vou dar asas pro azar, não é? Eu não achava que Persy pudesse mudar de idéia em relação a mim, não sei dizer o motivo, mas estava muito segura nesse ponto, só que, não posso dizer o mesmo de Lola.
Vejam, Lola gosta de manter sua vida sexual ativa, e apesar de estar a espera do cara pra casar, vocês sabem... ela tem uma filosofia de vida bem mundana:
- “Enquanto o príncipe não aparece, me divirto com os plebeus” - Dizia ela, geralmente com os olhos vidrados em algum lugar sombrio.
E posso afirmar a vocês que ela se divertia mesmo, oras, entre nós o único santo era o Persy, e ainda assim suas asinhas estavam começando a perder as penugens.
Meu celular vivia cheio de ligações não atendidas, denunciando que Lola estava desesperada atrás de mim, e certamente ela não estava apenas com vontade de colocar a fofoca em dia, eu sabia muito bem quais eram as suas reais intenções... e elas tinham muito a ver com o Semideus intocado Lars Persy.
E o fato era que eu deixava o celular no vibra o tempo todo, para que o Persy não se incomodasse com o toque insistente do aparelho, ou devo dizer, para que eu não tivesse que explicar que Lola, uma amiga ninfomaníaca estava tentando se comunicar comigo afim de saber um pouco mais sobre ele, não queria mesmo ter que explicar isso ao Persy, seria muito constrangedor. É claro, que Lola viria ao meu encontro, e isso era uma coisa que estava até demorando demais para acontecer.
Então, lá estava eu... me preparando para as minhas divertidas tardes com o Persy quando o celular mais uma vez deu sinais de vida, o toque denunciou uma sms, e a sms em questão era de Lola, e dizia algo mais ou menos assim:
“Fujona! Se Maomé não vai até a montanha... me aguarde”
Devo dizer que este dia foi um dia muito longo, e vocês já vão saber o porque.
Assim que li a sms de Lola, suspirei profundamente imaginando em qual esquina ela iria me pegar, e não foi difícil imaginar que a qualquer minuto ela bateria na porta, mas não do meu apartamento, e sim na porta da casa do Rick, então eu acabava de esvaziar os pulmões, dando um suspiro cansado quando o celular tocou novamente, pensei de imediato:
“Mas que insistência! Está ficando muito chato, Lola, muito chato de verdade!”
Só que quando visualizei o display não era o nome de Lola, era o de Rick, e o meu subconsciente o amaldiçoou instantaneamente:
- “Ahh seu maldito filho da mãe, estávamos eufóricos pela caminhadinha em algum parque, e agora teremos que mudar todos os nossos planos?!”
Bom, eu o atendi com falsa euforia, devo admitir:
- Rick?!!!
- Jussy, minha querida e linda Justine! Já estou em casa, dá pra acreditar? – É claro que não dava, não assim tão rápido, que diabos ele estava fazendo lá?! Ah, eu sei... estava de volta ao lar, ao seu refugio, isso me deixou chateada:
- Ohh, que bom!
- É muito bom mesmo, ah... estou exausto... e então, fazia parte dos seus planos vir até aqui hoje?
Aha! Mal sabia ele!!!
- Hãm... sim!
- Espero que tenha cumprido o que me prometeu, Jussy, - Eu arregalei os olhos, ao mesmo tempo que Rick abaixou o tom de voz, tornando-o confidencial – Porque o Lars... está com uma cara péssima... você não brigou com ele, não é?
Eu quase ri, só não ri porque saber que o Persy estava chateado, me deixou um pouco triste.
- Não, eu... não briguei com ele, e fazendo um balanço até que nos demos... hum... bem.
- Que estranho... bom, então estou te esperando!
Não consegui me alegrar.
Sendo assim, lá fui eu, ânimos no calcanhar, não sabia como reagir, iria deixar as reações como elemento surpresa, mesmo porque se eu pensasse demais, iria correr sérios riscos de não conseguir sair de casa, com dor de barriga.
quinta-feira, 3 de maio de 2012
XXIII - Na trave
Vamos imaginar que Persy não estava mais usando calça de moletom e regata, vamos vesti-lo então como: Russell Crowe em “Gladiador” e para dar mais realidade a cena, vamos dar o devido realismo também a roupa de gladiador, e colocá-las com o peso verdadeiro, e vamos fazer de conta que o peso da roupa é na verdade o peso da virgindade do Persy, então cerca de quarenta quilos de metal pesado... talvez mais, imaginem agora o Persy arrancando a tal roupa com muita fúria, e com o olhar turvo de tanto desejo, huum... que visão!
Mas...
Não aconteceu nada disso.
Vocês sabem que além de ser um cara surpreendente, ele também é racional e responsável, portanto aqui está a sequência; A verdade nua e crua, sem corte e sem censura. O que virá a seguir será como uma pedrada em alguns e um balde de água fria em outros:
- Não que seja uma posição confortável para mim, Justine, veja... - Ele acariciou o meu rosto, e senti como se meu pé tivesse invadido um pedaço do paraíso - sou humano, mas não posso somente pensar em mim... ah, isso é tão complicado.
Ô, ele nem fazia idéia do quanto.
- Eu sei, mas então senhor confusão... o que faremos? Jogamos toda essa merda no ventilador, e agora... tem merda pra todo canto.
- É, acredito que você tenha razão.
- Eu tenho... E, já que foi você quem começou com a idéia de jogar coisas no ventilador, então espero que tenha também uma solução para limpar tudo isso rapidinho.
- Minha preocupação com o seu relacionamento e como vamos ficar depois... me mata, sabe? Não posso simplesmente chegar e estragar tudo se nem ao menos posso te garantir que voltaremos a nos ver depois que eu for embora, não por falta de vontade a minha, entretanto... você sabe, meu trabalho é muito duro.
Bom, já tinha esgotado toda a minha vontade de lutar com ele, ah... eu já estava exausta, essa era a verdade. Então se ele dissesse que a solução seria nós dois pularmos da ponte, eu acataria sem protesto.
- Além de tudo, acho que sua atração por mim pode ser carência, então vamos segurar isso mais um pouco, conseguimos até agora, não foi?
"Claro que sim! mas veja, estamos em outra situação, tínhamos muitas provas de que estávamos afim um do outro, mas existia também uma possibilidade de ambas as partes estarem viajando"
Apesar de eu ter pensado numa ótima sequência de palavras para quebrar a perna dele, limitei-me ao:
- Foi.
- E nós dois estamos preocupados com o Rick. – Está ai um ponto que ele tinha razão, não que eu concordasse muito, mas o.k, ele tinha razão. - Portanto, acho justo esperarmos que ele chegue de viagem, e se continuar a existir essa... esse... essa...
- Atração? – Chutei, apesar de ter pensado na palavra tesão bem antes.
- Exato, se continuar existindo essa atração da sua parte, bom, ai vamos ter que trabalhar isso de outra forma.
- Escuta, não entendi essa parte de trabalhar de outra forma... foi complexo demais.
- Você sabe, se... continuarmos, quero dizer... se você não mudar de idéia em relação a mim, eu... procuro um outro lugar pra ficar, pelo menos não vou me sentir um traidor master.
- Estamos além de tudo sob o teto dele, não é? – Refleti com um peso enorme na consciência, e me joguei no sofá com as pernas realmente doloridas pelo peso, Persy se jogou ao meu lado, acho que sentindo o mesmo que eu.
- É... usando o seu refugio, o seu lar, como palco para a nossa falta de vergonha na cara.
- Ahh... é tão cruel se pensarmos assim.
- O pior é que não é só pensamento... é um fato.
- E se, de repente, fossemos para um lugar neutro? – Sugeri.
- Um motel? – Rebateu Persy, interessado.
- Uhum... – Resmunguei de maneira afirmativa.
- Não seria a mesma coisa? Porque... podemos ir para o motel, as coisas acontecem, mas e depois? Você acha mesmo que vamos ficar indo pro motel, todas as vezes que tivermos vontade de nos beijar?
Ahh, não! Estava pensando em algo muito mais picante pra fazer em um motel, vocês sabem, né? Beijar eu poderia muito bem levá-lo até a rua, ou mesmo logo ali depois da cerca viva, já não estaríamos no território do Rick, e pra que gastar tanto com um motel, se eu tinha um apartamento?
O fato era que não tinha a ver com lugares, porque era óbvio que nos sentiríamos penalizados e mortificados em qualquer lugar do mundo:
- De qualquer maneira – Falou Persy, tirando-me do devaneio – mesmo depois que ele voltar... e eu for pro hotel, vou me sentir um canalha.
- E eu uma vaca, mas... isso não vai me matar.
- Eu não seria uma boa pessoa, então. – Refletiu ele, em tom preocupado.
- Persy, você continuará sendo uma boa pessoa, ainda que parta de você a iniciativa de apertar o botão secreto da bomba atômica que acabará com o mundo... Deus vai achar que você teve ótimos motivos para fazer isso, e então vai te dar a sua nuvenzinha de anjo - Disse eu seriamente, e Persy finalmente pareceu relaxar.
Nota:
Queridas (os);
Peço desculpas pela demora na atualização... e aproveito para avisar que talvez eu só consiga postar uma vez por semana a partir de agora, está acontecendo um monte de coisas novas na minha vida, quem tem o meu facebook sabe que eu estou namorando, e o namoro não é a única novidade; nós estamos trabalhando juntos também, e a partir do dia 23 de maio eu começo um curso com duração de um mês e meio, além da faculdade que eu já faço desde o começo do ano; Portanto peço realmente as minhas sinceras desculpas por não poder estar atualizando duas vezes por semana e por diminuir o ritmo do blog.
*O lado bom é que vai demorar mais pra acabar, né?* Rsrs
Espero que me compreendam... Beijos mil!
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