quinta-feira, 3 de maio de 2012

XXIII - Na trave


Mas, já comentei o quanto Persy me surpreende?! Talvez algumas milhares de vezes... o lance é que eu sempre fico surpresa quando ele me surpreende novamente e novamente... Bom, ele veio sim ao meu encontro, e sim... estávamos dentro daquela nuvem de tensão sexual que estava me fazendo sufocar, e óbvio que achei que ele fosse arrancar a roupa e a virtude de uma única vez.


Vamos imaginar que Persy não estava mais usando calça de moletom e regata, vamos vesti-lo então como: Russell Crowe em “Gladiador” e para dar mais realidade a cena, vamos dar o devido realismo também a roupa de gladiador, e colocá-las com o peso verdadeiro, e vamos fazer de conta que o peso da roupa é na verdade o peso da virgindade do Persy, então cerca de quarenta quilos de metal pesado... talvez mais, imaginem agora o Persy arrancando a tal roupa com muita fúria, e com o olhar turvo de tanto desejo, huum... que visão!
 Mas...
 Não aconteceu nada disso.


Vocês sabem que além de ser um cara surpreendente, ele também é racional e responsável, portanto aqui está a sequência; A verdade nua e crua, sem corte e sem censura. O que virá a seguir será como uma pedrada em alguns e um balde de água fria em outros:
- Não que seja uma posição confortável para mim, Justine, veja... - Ele acariciou o meu rosto, e senti como se meu pé tivesse invadido um pedaço do paraíso - sou humano, mas não posso somente pensar em mim... ah, isso é tão complicado.

Ô, ele nem fazia idéia do quanto.


- Eu sei, mas então senhor confusão... o que faremos? Jogamos toda essa merda no ventilador, e agora... tem merda pra todo canto.
 - É, acredito que você tenha razão.
- Eu tenho... E, já que foi você quem começou com a idéia de jogar coisas no ventilador, então espero que tenha também uma solução para limpar tudo isso rapidinho.


- Minha preocupação com o seu relacionamento e como vamos ficar depois... me mata, sabe? Não posso simplesmente chegar e estragar tudo se nem ao menos posso te garantir que voltaremos a nos ver depois que eu for embora, não por falta de vontade a minha, entretanto... você sabe, meu trabalho é muito duro.

Bom, já tinha esgotado toda a minha vontade de lutar com ele, ah... eu já estava exausta, essa era a verdade. Então se ele dissesse que a solução seria nós dois pularmos da ponte, eu acataria sem protesto.


- Além de tudo, acho que sua atração por mim pode ser carência, então vamos segurar isso mais um pouco, conseguimos até agora, não foi?
 "Claro que sim! mas veja, estamos em outra situação, tínhamos muitas provas de que estávamos afim um do outro, mas existia também uma possibilidade de ambas as partes estarem viajando"
Apesar de eu ter pensado numa ótima sequência de palavras para quebrar a perna dele, limitei-me ao:
- Foi.
 - E nós dois estamos preocupados com o Rick. – Está ai um ponto que ele tinha razão, não que eu concordasse muito, mas o.k, ele tinha razão. - Portanto, acho justo esperarmos que ele chegue de viagem, e se continuar a existir essa... esse... essa...
- Atração? – Chutei, apesar de ter pensado na palavra tesão bem antes.


- Exato, se continuar existindo essa atração da sua parte, bom, ai vamos ter que trabalhar isso de outra forma.
- Escuta, não entendi essa parte de trabalhar de outra forma... foi complexo demais.
- Você sabe, se... continuarmos, quero dizer... se você não mudar de idéia em relação a mim, eu... procuro um outro lugar pra ficar, pelo menos não vou me sentir um traidor master.


- Estamos além de tudo sob o teto dele, não é? – Refleti com um peso enorme na consciência, e me joguei no sofá com as pernas realmente doloridas pelo peso, Persy se jogou ao meu lado, acho que sentindo o mesmo que eu.
- É... usando o seu refugio, o seu lar, como palco para a nossa falta de vergonha na cara.
 - Ahh... é tão cruel se pensarmos assim.
- O pior é que não é só pensamento... é um fato.


- E se, de repente, fossemos para um lugar neutro? – Sugeri.
- Um motel? – Rebateu Persy, interessado.
- Uhum... – Resmunguei de maneira afirmativa.
- Não seria a mesma coisa? Porque... podemos ir para o motel, as coisas acontecem, mas e depois? Você acha mesmo que vamos ficar indo pro motel, todas as vezes que tivermos vontade de nos beijar?
Ahh, não! Estava pensando em algo muito mais picante pra fazer em um motel, vocês sabem, né? Beijar eu poderia muito bem levá-lo até a rua, ou mesmo logo ali depois da cerca viva, já não estaríamos no território do Rick, e pra que gastar tanto com um motel, se eu tinha um apartamento?


O fato era que não tinha a ver com lugares, porque era óbvio que nos sentiríamos penalizados e mortificados em qualquer lugar do mundo:
- De qualquer maneira – Falou Persy, tirando-me do devaneio – mesmo depois que ele voltar... e eu for pro hotel, vou me sentir um canalha.
- E eu uma vaca, mas... isso não vai me matar.
- Eu não seria uma boa pessoa, então. – Refletiu ele, em tom preocupado.


- Persy, você continuará sendo uma boa pessoa, ainda que parta de você a iniciativa de apertar o botão secreto da bomba atômica que acabará com o mundo... Deus vai achar que você teve ótimos motivos para fazer isso, e então vai te dar a sua nuvenzinha de anjo - Disse eu seriamente, e Persy finalmente pareceu relaxar.





Nota:

Queridas (os);
Peço desculpas pela demora na atualização... e aproveito para avisar que talvez eu só consiga postar uma vez por semana a partir de agora, está acontecendo um monte de coisas novas na minha vida, quem tem o meu facebook sabe que eu estou namorando, e o namoro não é a única novidade; nós estamos trabalhando juntos também, e a partir do dia 23 de maio eu começo um curso com duração de um mês e meio,  além da faculdade que eu já faço desde o começo do ano; Portanto peço realmente as minhas sinceras desculpas  por não poder estar atualizando duas vezes por semana e por diminuir o ritmo do blog.
*O lado bom é que vai demorar mais pra acabar, né?* Rsrs

Espero que me compreendam... Beijos mil!