terça-feira, 6 de novembro de 2012

XLIII - Penúltimo Capítulo: Resoluções


- Lola não veio, Juss.
- Ela não veio?
- Claro que não, você a conhece a muito mais tempo do que eu, até onde achou que ela iria conseguir chegar sem ser notada com o seu falso moralismo e falta de princípios?
- Achei que ela estava disposta a enfrentar um oceano a nado, só para provar que era merecedora de sua, hãm... virtude.
- O que você pensa sobre a Lola, bom... Lola estava bem disposta a me levar para a cama – Ah, como eu odiava Lola, senti pena do Rick por ter se encantado por ela – se dispôs a sacrificar a amizade de vocês, mas não era exatamente pela minha virgindade, ah! Não mesmo.
- Então, o que poderia ser?
- Lola queria saber detalhes da minha vida, queria me expor na mídia de uma forma que eu não quero aparecer... Lola estava exercendo o seu lado profissional, um lado dela que você não conhece muito bem, imagino.
Isso eu conhecia sim, mas, ele não precisa ficar sabendo, não é?!


- Mas, então... você é mesmo famoso, Persy?
- Como me achou no meio do deserto, Juss? – Ele levantou uma sobrancelha, e meu Deus! Ele ficou muito lindo!
- Perguntando sobre... você.
- Se deu conta de como está longe de Bridgeport?
- Alguma...
- Então?
- Tudo bem, Senhor Inglesson, o senhor me convenceu.
 Persy sorriu, daquele jeitinho que eu mais gostava, como um menino... como o meu Persy costumava fazer.



Então iniciamos a caminhada em direção a pirâmide, ainda conversando sobre os acontecimentos recentes.
- E o Rick, o que disse a ele? – Perguntou, apreensivo.
- Rick... bom, Rick não me amava mais, Persy, e eu também não o amava mais... ele me fez compreender, que eu estava fazendo tudo errado, em troca de nada, sabe? E me mostrou que eu estava jogando minha felicidade fora, por não saber lidar muito bem com mudanças... mudanças repentinas.
- Ele te deu um fora? – Persy parecia furioso – Como ele pode ter te dado um fora?
- Hei! Que se dane se ele me deu um fora! Eu estou aqui!
- Ah, sim... é verdade, eu sinto muito devo dizer... mas, vocês não formavam um casal legal.
- Acha mesmo?
- Ah, eu acho, de verdade.
- E por que você acha isso?
- Porque você fica muito mais legal comigo, é lógico!
- E você tem razão. – Completei entusiasmada.


De repente, me lembrei do dia do jantar, onde Persy saiu para levar Lola, e demorou muitas horas para voltar; Resolvi que era o momento ideal para tirar de vez a Kraken Lola da minha vida:
- O que tanto você e Lola fizeram naquela noite em que a levou para casa?
 Ele juntou as mãos em forma de bola em frente ao corpo e as esfregou, enquanto jogava os olhos para todas as direções, após um suspiro pesaroso ele respondeu:
- Eu a deixei em casa, e depois fiquei naquela prainha que te levei para ver o pôr do sol, lembra?
- Claro!  – E como poderia um dia me esquecer? – Por que não voltou pra casa? Fiquei preocupada.


- Não estava nada a fim de ver você e o Rick indo pra cama, se eu ficasse por lá... acho que teríamos tido confusões – Ele fechou o rosto, e suas sobrancelhas se uniram -  não gosto nem imaginar o que pode ter acontecido, pois fico com muita... raiva.
- Persy – Eu o puxei em minha direção, e esfreguei o meu polegar nas ruguinhas que surgiram por entre as suas sobrancelhas, e o fiz me encarar – Como poderia ter acontecido alguma coisa entre mim e Rick naquela noite, se... se eu não conseguia parar de pensar em você? Se não preguei os olhos enquanto não o ouvi chegar... se meu peito só ficou mais leve, quando te ouvi sussurrar “ Vamos lá, Lars Persy... um passo de cada vez” – Ele sorriu, e posso jurar que suas bochechas ficaram vermelhas – Foi só depois de te ouvir, que peguei no sono.
- Então,você me ouviu... – Disse ele, visivelmente sem graça..
- Ouvi, o que quis dizer?
- Estava apenas refletindo em voz alta sobre o nosso plano, e imaginando como iria conseguir lidar com toda a situação sem matar alguém, e ainda ter que parecer calmo e feliz.
- Oh, me desculpe por te fazer passar por isso, juro que não vai mais acontecer... Ainda bem que você é perfeito... Persy, e muito, muito precioso, devo até arriscar a dizer que... eu te amo por ser exatamente do jeito que você é.
- Então somos dois, Juss... pois, eu também te amo por ser ninguém mais do que você mesma.


Ele não permitiu que eu respirasse todo o ar que tinha em volta por estar tão satisfeita, e me surpreendeu ao me atirar suavemente no chão de areia fofa, no que me pareceu um golpe de judô, ou sei lá, e então inclinado sobre mim, completou:
- Sabe, Justine, o bom de você estar aqui é que vou poder te provar muitas coisas, uma delas certamente será sobre eu não ser tão “delicadinho” como você pensa; E também vou poder provar que sou eu quem deve cuidar de você; Afinal, eu sou mestre em artes marciais... sendo assim, eu sou o poderoso aqui e você será a minha protegida.

É claro que depois de tantas declarações nos beijamos, e finalmente rolamos por toda aquela areia, coisa que eu estava com muita vontade de fazer.