domingo, 19 de agosto de 2012

XXXII - A tendência é piorar


Sabem quando as pessoas te dizem:
“Tá mal? Relaxa, a tendência é só piorar!”
  Bom, eu comprovei que essa a frase é verídica em uma noite que eu preferiria ter perdido uma perna e ficado em casa em repouso, a ter ido trabalhar.
 Lá estava eu, no meu modelito de mixóloga, entediada com as conversas do balcão, imaginando se algum currículo meu teria sido respondido para que eu pudesse enfim começar a traçar novos rumos; Quando sem muita vontade escorreguei meus olhos para a pista em minha frente.
 Desejei que ácido puro tivesse caído de algum lugar, e feito com que eu ficasse cega ao ver o Persy, ali, na minha frente.
 Ele estava maravilhoso, e minha primeira reação foi sorrir para ele, até que demorou um pouco para ele me notar, mas quando aconteceu ele abriu aquele sorriso lindo, apesar da luz estar fraca, vi claramente seus lábios pronunciarem o meu nome, mas não consegui ouvi-lo por conta da música muito alta. E é claro que eu não teria desejado ser cega se eu estivesse apenas vendo o Persy, só que ao seu lado, de repente, surgiu Lola... ela me encarou por alguns míseros segundos, e em seguida puxou o Persy com um de seus tentáculos, com uma fúria tão grande que eu esperei de verdade que o braço dele se descolasse do corpo, como em câmera lenta eu vi todo o seu corpo reagir ao puxão, e seus olhos desviarem dos meus buscando em sua volta de onde surgira o golpe violento, ele ainda voltou a olhar para mim, entretanto, acabou seguindo por fim junto com a: Traidora, lambisgóia, desgraçada, vaca mãe de todas as vacas másteres, e fêmea mor de todas as fêmeas de Krakens devoradoras de homens inocentes, Lola.